10 de março de 2010

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E quando damos por nós, lá estamos a comprar mais uns jeans que são sempre precisas”, aquele vestido justo sem costas que “sempre quisemos” e aqueles botins que “ficam tão bem com aquele top”. Se estamos aborrecidos ou se estamos bem-dispostos, se estamos tristes ou se estamos cheios de energia…A verdade é que acabamos sempre em lojas. Acabamos sempre por nos preocupar em escolher o que nos fica melhor, o que está mais na moda, o que é mais original. Somos fúteis, eu sou fútil. Olhamos e achamos que conhecemos uma pessoa. Ou porque não usa roupas da moda, ou porque tem estilo e de certeza que é uma pessoa fantástica. Então e eu? Então e tu? Já pensaste o que dizem de ti quando levas umas All Star que te foram caríssimas mas que não podes usar porque já caíram em desuso? Podemos ser maravilhosos, mas a aparência… Se não tiveres um sorrisinho bonito, se não tiveres um rabinho jeitoso, se não te vestires bem, tu sabes que não podes pertencer aos grupos importantes do colégio. A culpa não é tua. A culpa é desta idiota sociedade que cria e estipula regras nela própria e nos que não as querem. Quando tens três anos, os filhos dos papás ricos dão-se só com os da mesma laia. Quando tens quinze, sabes que há aquele grupo dos “jeitosos” que dominam. Quando tens quarenta, há as mamãs chiques que não conseguem virar o pescoço com tantas plásticas que já fizeram. E como, como será possível mudarmos isto? Como se esta merda que acontece na sociedade é constante? Mais, é hierárquico! Fingimos ser o que não somos para os vizinhos não comentarem, recusamo-nos a viver pelos tabus, temos que ter vidas tão ocultas e fechadas…E porquê? Pergunto-me interminavelmente: porquê?! Limitem-se a viver! Não durmam durante noites e noites, bebam, dancem, gritem, seduzam, simplesmente…aproveitem! Depois desta noite, nenhuma será igual. É intolerável a ideia de te recusares a viver por causa dos outros. Sabes porquê? Porque no final, não é o facto de teres emboracado vodka ou o facto de teres dado uso ao teu charme e sedução que os vais afectar minimamente. Digam o que disserem, continuamos a viver numa sociedade repleta de etiquetas e tabus. Pronto, e já que ninguém faz nada, lá temos nós que lutar contra isto, não é? Vendo bem, apenas precisamos de ser o que somos, dar uso ao nosso sentido conscientíssio para que tu, oh pudica sociedade, possas parar de nos invadir e convencer mais militantes a beijar o teu altar.
Ana Rosa*

1 comentário:

  1. boas visitei o teu blog porque tb estou inscrito no concurso da superbock ,porém, tendo eu a minha humildade não poderia deixar de votar no seu blog...
    muitos parabens...
    se quiser pode tb visitar o meu:
    www.encontro-emocoes.blogspot.com

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