24 de março de 2010

Desmorono

A tua presença apagou-se, o teu sorriso desfez-se, caíste em esquecimento
E foste a culpada disso.
O grau que resistência que julgavas ter era insuficiente.
Serenamente
foste perdendo controlo do teu corpo
Violentamente
omitiste o facto de que é ele que te faz respirar, pensar, sentir.
Agradavelmente
viveste o instante infinito.

A necessidade de esqueceres foi mais forte que a de aceitares.
E de me lembrar o quanto querias viver,
O quanto querias deliciar-te dos pequenos sonhos que te tornavam tão única e excepcional…
Viveste tantos anos em cativeiro
E a vontade de saíres da gaiola e voares foi tão forte
Que te esqueceste de que primeiro tinhas de aprender a dominar as tuas asas.
Mas caíste, magoaste-te e magoaste outros também.
Agora gostavas de voltar a acreditar, aceitar, lutar, voar e não consegues.
O desejo controlou-te.
O prazer saciou-te.
O vício consumiu-te.

Mas agora, não consigo parar de perguntar
O que perguntas a ti mesma:
E se pudesses voltar atrás?
Ana Rosa*

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