5 de março de 2010

Dama da escuridão

Estou tão perto
Perto, perto de quê?
Perto desta multidão que não pensa com o coração?
Pois não, só sabe ver o prazer daquela falsa sedução.
Comem os homens,
São canibais nesta cidade,
Neste deserto onde a noite é morta,
Em que o vazio bate à porta
Daqueles que não a têm.
Lá longe está o pinheiro,
Que noite após noite
Se habitua à sedução do dinheiro,
Ao jogo do amor de plástico,
Que vai e volta, como um elástico.
E no fim, parte a unha, estala o verniz,
Chora a saudade de ser feliz;
Chora a saudade de não se vender;
Chora o medo de perder,
Perder aqueles que a amam de verdade.
Inês de Gonçalves,
Sabes queo adoro .)

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