1 de março de 2010

Definições.

Após o tempo, todos eles se dissipam.
Uns decidem desempenhar novos papéis na sociedade,
Outros simplesmente não procuram inovação…
Destroem-se laços,
alternam-se papéis
E vai-se recorrendo àquelas conversas hipócritas,
risos cínicos,
sorrisos falsos,
atitudes deploráveis…
Atitudes desesperadas da necessidade de atenção,
de manter grandes amizades…
Até as esquecer.
Na verdade, o nosso mal é sermos amados por quem não merecemos…
Ou talvez amarmos quem não merece!

Ao olhar minuciosamente para o que ficou,
apercebo-me que só me resto a mim própria e pouco mais.
Mas de nada serve, afinal de contas,
queremos tanto ser cobaias uns dos outros
para falar da nossa vida e experiências.
Usem-se,
mas deixem-me usar-me à minha maneira!

Já pensei em tornar-me outra pessoa,
como muitos fazem.
Ser eu é demasiado.
Assim poderia viver pelo menos, com uma felicidade aparente.
Podia sobreviver nos meus sorrisos obrigacionais até,
de certa forma, conformar-me de que era feliz,
apesar de ser uma ilusão.
Mas, foi involuntária a decisão de me manter fiel a mim mesma.
E claro que isso tem as suas consequências
Mas que posso eu fazer?
Pelo menos, sinto-me bem e admito a realidade.
E depois, como poderia ser fiel aos outros, sem o ser a mim própria?

Agora, agora vejo-me rodeada de uma minoria contada com os dedos da minha mão.
E ainda bem.
É bom saber que cada um desses dedinhos representa algo a sério
Algo que está sempre presente para quanto precisar.
È bom olhar para trás ou até mesmo ver o futuro,
e saber como sou.
No meio de tantas mentiras,
é bom saber que a minha essência se mantém sem que aí precise de ser uma impostora, tal como todos os outros.
Custa, mas ainda sou eu,
Eu ainda sou eu.
Ana Rosa*

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