6 de abril de 2010

Cortês

Basta-me fechar os olhos. Parar e fechar os olhos.
Basta-me que o vento num tom suave movimente os meus cabelos soltos.
E ao sentir aquele sol da manhã a aproximar-se à minha pele clara e frágil,
Sinto-me livre.
Esqueço passos, esqueço sombras, esqueço tudo o que é e o que não é.
Existo eu e só eu, e adoro!
Enquanto passeio por todas aquelas ruelas estreitas de calçada aos altos e baixos, Enquanto saboreio e me deixo levar pelas ondas de calor e brisas,
Sorrio sem me aperceber.
Como adorava poder arrancar estes pedaços de tecidos sobrepostos
Que abafam e resguardam o meu corpo e dançar…
Deixar-me levar fosse como fosse, libertar-me de mim mesma e por momentos, Esquecer esta sociedade tão asfixiante.
É que ao sentir-me tão livre nestes tempos
Em que fujo de quatro paredes que vertem tanta pressão e competitividade,
Perco o controlo de uma necessidade excessiva de me libertar ainda mais e mais e mais!
Apenas gosto de desfruir de coisas simples que nos dão tanto.
Apenas gosto de ser o que sou.
Apenas gosto de sorrir.
E são estes sumptuosos momentos
Em que caminho sem destino nem companhia,
Que me fazem sentir livre,
Livre e completa.
Ana Rosa*


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