28 de abril de 2010

Ao Sr. Engº Narciso Mota

Pombal, 28 de Abril de 2010.
Ex.mo Sr. Engº Narciso Mota, Presidente da Câmara do Concelho de Pombal:
Venho, por este meio, comentar a sua presença na Escola Marquês de Pombal no dia 28 de Abril de 2010. Apesar de não esperar que esta mensagem possa causar-lhe algum desconforto ou que o faça reflectir um pouco, optei de qualquer forma por enviá-la; provavelmente, em nome de muitos outros habitantes da cidade de Pombal pois considerei-o o mais correcto a fazer.
Gostava de salientar o facto de não compreender como é que um veterano do mundo da política, relações públicas e afins tem a indelicadeza de chegar atrasado a uma palestra (como é habitual) e interromper a ordem de trabalhos estipulada. E digo, com toda a sinceridade, que considerei um imenso insulto na sua chegada não saber de que se tratava a palestra nem sequer ter conhecimento do nome nem dos cargos desempenhados pelo nosso convidado especial.
Das poucas oportunidades que teve para falar, o Senhor Presidente teve a capacidade de falar mais que o próprio dinamizador da palestra, o Dr. Vítor Ângelo, ex-representante do secretário geral da ONU. Esta acção é de louvar, sem dúvida, mas não era o pretendido. Não sei se é por já estar tão habituado a discursos desses ou se é por ter algum interesse subjacente, mas Dr. Narciso, hoje não foi dia de campanha eleitoral!
Se o senhor Presidente tivesse chegado a horas, teria ouvido as palavras sábias do Dr. Ângelo e da sua experiência: “Um bom líder não é aquele que se limita a mandar e evitar o trabalho conjunto, isso é apenas um dirigente. Um bom líder é aquele que sabe respeitar, ouvir e manter a proximidade com todos”.
Passando agora a comentários mais específicos, gostaria de dizer ao Dr. Narciso que é dispensável partilhar connosco que não quer que a sua família viva na pobreza! Talvez se se interessasse um pouco mais pela população que representa, já teria o privilégio de aprender que passa-se tanto, demasiado neste Mundo para a sua família ser o centro das atenções nesta sociedade imperfeita em que nós jovens, vivemos na esperança de limar as suas arestas. Por outro lado, deixe-me que refira que tive a oportunidade de consultar um dicionário e, eis o que encontrei:
Suicidar - Acto ou efeito de suicidar-se; morte dada a si mesmo
(Do latim sui, «de si» +-cidìu-, de caedère, «matar»)
Auto-suicídio – Esta palavra não consta no dicionário de Língua Portuguesa
E como pode concluir, ao contrário do que disse, o suicídio não pode ser cometido por terceiros, pois esse caso é denominado por homicídio:
Homicídio -morte de uma pessoa praticada por outra ou outros, assassínio
Considere isto apenas um pequeno aparte. Como ia a dizer, outro aspecto que não poderia deixar de referir é a dedicação do Dr., ao elogiar tanto a cidade de Pombal. Senhor Presidente, nós somos habitantes desta bela cidade, nós sabemos no que vivemos! Agradeço o seu empenho em promover a nossa cidade, mas creio que exista tempo e locais oportunos para tal e não numa palestra sobre a ONU e desigualdades sociais.
Por fim, gostaria apenas de dizer ao Sr. Presidente (e este comentário também serve para o Senhor Vereador da Educação e do Desporto de Pombal) que é uma regra de boa educação desligar os telemóveis em palestras!
Falando agora no meu papel como jovem com ambições para o "amanhã", espero um dia poder alcançar um futuro promissor e poder lutar por um país mais harmonioso estando ligada à política. Posso afirmar-lhe que se algum dia conseguir viver o meu sonho político, a influência que poderá ter sobre mim será apenas para que eu tenha a noção do que nunca vou querer ser e como nunca deverei agir.
Uma palavra, uma única palavra para si, Senhor Presidente: respeito!

Com os melhores cumprimentos
Ana Beatriz G. Rosa

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